terça-feira, 25 de junho de 2013

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Vera Tessmann


A Porta

Eu sou feita de madeira
madeira, matéria morta
mas não há coisa no mundo
mais viva do que uma porta.

Eu abro devagarinho
pra passar o menininho
eu abro bem com cuidado
pra passar o namorado
eu abro bem prazenteira
pra passar a cozinheira
eu abro de supetão
pra passar o capitão.

só não abro pra essa gente
que diz (a mim bem me importa...)
que se uma pessoa é burra
é burra como uma porta.

Eu sou muito inteligente!
eu fecho a frente da casa
fecho a frente do quartel
fecho tudo nesse mundo
só vivo aberta no céu!

Vinícius de Moraes




Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
nos mostrar a importância da vida.

Paulo Coelho



(artista H. Pohlmann)

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Vera Oliveira


Alegoria A Saudade

A figura feminina 
traz consigo uma flor e está 
debruçada sobre o túmulo 
com uma expressão de tristeza 
e saudade.

Seu olhar direcionado para o horizonte 
em busca de resposta que 
esclareça sua dúvida sobre a morte


.

Figura feminina

Figura feminina que nos 
transmite angústia, tristeza e solidão 
diante do túmulo da família Castro.



Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Tiago Madruga


Hitodama de
yuku kisan ja
natsa no hara

Agora como espírito
devo atravessar
os campos de verão.

(Hokusai Katsushika)




O vento soprou
Os pássaros cantaram
A morte chegou

(Matsu)

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Tainan do Amaral



O cemitério, por ser lugar de despedidas de entes e amigos queridos, torna-se símbolo e espaço de lagrimas e tristezas. Uma foto que possui cores vivas e contrastes nos remete a uma alegria que contradiz isso, e pode nos fazer pensar nesta situação como o fim do sofrimento de alguém que vivia infeliz, que vivia uma morte em vida. Ou até mesmo nos dar o anuncio de que a morte nada mais é que um momento da vida, que continua agora em outro lugar. 




A palavra “DORES” está gravada sozinha em uma grande porta preta de ferro, em uma sepultura sem grandes detalhes e com paredes brancas. Pensando várias vezes sobre esta situação que me deparei, deixei de considerar a hipótese de que seria esta palavra o sobrenome daquele que partiu. Chega a mim muito rápido o sentimento e a angustia que caiu sobre aqueles que ficaram. Sem a mínima vontade de deixar revelado o nome, uma foto ou mesmo uma mensagem de consolação, deixa-se apenas registrado o nome daquilo que realmente ficou. Pessoalmente, percebi que o que está gravado é completo por si só. De fato, não é preciso mais.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Natalie Valle



Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Mayara Galvan


...Eu sei que determinada rua que eu já passei
não tornará a ouvir o som dos meus passos...




.. Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez..




A morte, surda, caminha ao meu lado
e eu não sei em que esquina ela vai me beijar..

Raul Seixas

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Maryan Alessandra


Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Marisa Oliveira



Cada fotografia conta uma história, nesse caso, a preocupação de uma criança com as cruzes solitárias espalhadas pelo cemitério sem qualquer cuidado, preocupação ou lembrança com a mesma. Mas não se trata apenas de um tumulo abandonado, mas de um ser humano esquecido em meio de tantos outros após sua morte. Quando criança esse fato me questionava, porque alguns eram sempre lembrados e outros nunca? E por diversas vezes esse pensamento me fez distribuir flores para desconhecidos já falecidos, mas os quais me sentia na obrigação de mostrar o mínimo de afeto e respeito.




Cemitério, fotografia sombria, nublada. Faz brotar saudade da luz do dia, faz nascer saudade daquele que um dia nos acompanhou e que hoje já não nos acompanha mais.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Maria Elisabete Guimaraes


Existe um túmulo próximo a entrada, onde encontram-se os restos mortais de uma família estrangeira. A parte superior desta, fora esculpida em ferro fundido, existindo apenas duas unidades no mundo: a do cemitério católico e uma outra na França.

http://www.riograndeemfotos.fot.br/cemiterios.htm





Há, também, o costume de se colocar uma pedra sobre o túmulo do falecido. Sobre esse hábito, é interessante lembrar que o filme A lista de Schindler mostra, em suas cenas finais, vários sobreviventes judeus, salvos durante o holocausto, colocando pedras sobre a lápide de Oscar Schindler. Esse ato demonstra, simbolicamente, o apreço que as pessoas mantêm pelo falecido, o que significa que a sua memória será cuidadosamente lembrada.

http://www.icp.com.br/85contexto.asp

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Luiz Duarte


Sobre a visão católica a escultura da sagrada família não condiz com a morte, pois ela é sempre invocada como protetor das famílias e em situação de morte não faz sentido. Salvo se as pessoas falecidas fossem dela devotos.




Entre o céu e a terra um anjo intercede por nós, mortais!

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Lilian Arruda



Berço

No lugar onde as trilhas se bifurcam, seus pés podem estar pisando sobre os restos dos atalhos abandonados de ontem. No lugar onde o passado é perdido, as sepulturas dos anos esquecidos podem estar à espreita. E, aqui e ali, fantasmas não nascidos podem assombrar as fronteiras entre o berço e a sepultura. Mas todas as trilhas levam ao Jardim de Destino. Fatalmente.

Livro do Destino, Publicações Grimório

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Larissa Matsuda



“Hoje eu acordei ,com uma sensação que eu nem sei de onde veio
só sei que to cheio de devaneios
com um pouco de receio
minha mente vagueia a mil por hora e eu confesso que agora não dá pra pisar no freio.
Só acho engraçado ter saudades do passado
e ainda assim achar melhor deixar muito dele enterrado
porém, viajo em pensamentos na esperança
de reviver algumas boas lembranças também
às vezes paro e penso no futuro
e acho que no fundo tudo que eu preciso é me sentir seguro
mas mesmo assim eu vou além dos muros
da zona de conforto por que essa de limite, eu não aturo!
Eu não me seguro, quebro as leis
escrevo as minhas pra não precisar seguir as de vocês
vou fazer por mim o que ninguém mais fez
encontrar a minha felicidade antes que ela se perca de vez!”

Thiago Madruga




“Quem não souber povoar sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente.”

Charles Baudelaire.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Kimberly Martins


Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos. Tempo, tempo, tempo, tempo... És um dos deuses mais lindos.

Caetano Veloso




Até as flores tem sua sorte. Umas enfeitam a vida, outras enfeitam a morte.”

Autor Desconhecido

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Kátia Cardoso


Angel's Wing




Hand

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Jéssica Goulart


Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento

Machado de Assis





Quando se trata de segredos e poder, nunca se pode dizer ao certo de que lado cada um está

Dan Brown

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Carolyne Azevedo



Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Camila Borges


Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz 


E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vínicius de Moraes




A morte deveria ser assim:
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim...

Mário Quintana.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Beatriz Carvalho


Do Pó Viemos e ao Pó Voltaremos.





Um momento não é tudo.
A morte é do corpo o espírito segue seu caminho.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Airton da Silva





Sinos e Anjos esculpidos, frios e monumentais, parecem os companheiros errados.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Andressa Silva


Jazido do escultor Matteo Tonietti.

“Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça.”
Leonardo da Vinci





A morte, surda, caminha ao meu lado
e eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Raul Seixas

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Guilherme Nader



Quando carregando a alma de um falecido para o céu os anjos de Deus são em sua maioria representados com uma criança, essa criança não representa idade, porém inocência.

A mão que aponta para cima representa a recompensa pela virtuosidade do falecido, a confirmação da ascenção para a vida eterna.





umoregi no
hana saku koto mo
nakarishi ni
mi no naru hate zo
kanashikarikeru

Como um galho apodrecido
meio enterrado no solo
minha vida, que ainda não afloresceu
chega a este triste fim.

Minamoto Yorimasa

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Max Ziemer


Pouco se lembra que nos cemitérios a natureza também está presente e pode se revelar em imagens bastante interessantes. A árvore em primeiro plano mostra uma formação mesclada bastante curiosa, em certos momentos lembra uma figura humana e eu visualizo inclusive um rosto de perfil. Ao fundo, os sempre presentes ciprestes, tão associados aos cemitérios mas donos de uma beleza rara e elegante simetria. Essas árvores se localizam na rua principal do cemitério.




A presença dessa formação parasita emaranhada num tronco de árvore (também localizado na rua principal) me chamou a atenção. A primeira vista, esse enquadramento cria quase que uma abstração e de certa forma essa indefinição da forma desperta a nossa imaginação.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Débora Souza

                      Escultura do professor H. Plholmann – Deusa Grega.
Nesse túmulo, alguns itens faziam parte da composição: Leões e coroa.
O leão simboliza poder e ressurreição. Sua figura sugere proteção ao túmulo em que estiver esculpido. Também recorda a coragem e determinação das almas que eles abrigam.
A coroa É a marca da vitória ou da distinção. A coroa apresenta-se de várias formas e é atributo de inúmeros santos, como Santa Elizabeth da Hungria. Indica também uma condição de nobreza.


A parte superior desde túmulo fora fundido em ferro, existindo apenas duas unidades no mundo: a d cemitério católico e outra na França.

A estátua da mulher encontra-se de mãos unidas, o que pode representar a devoção religiosa do falecido.

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Amábili de Barros





Último Pedido


Se um dia a morte maleva
Me dá um pealo de cucharra
Numa saída de farra
Me faça torcer o alcatre
Me ajeitem bem sobre um catre
Me tirem os laço das garra

A morte é sorra mui mansa
Comedera de sovéu
Que vem, desarma o mundeo
A mandado do Senhor
Nos larga num corredor
E dá uma espantada pro céu

Me enterrem num campo aberto
Que eu sinta o vento pampeiro
Em vez de vela, um candeeiro
Ao pé da cruz falquejada
Que eu possa enxergar a estrada
Por onde passa o tropeiro

Depois me deixem solito
Sobre o fraldão da coxilha
Junto ao pé da coronilha
Entre a mangueira e a tapera
Na "estância da primavera"
Coberto pela flexilha

Que eu ouça o berro do gado
De uma tropa em pastoreio
Ouça o barulho do freio
E o gaguejar das cordeonas
E retouços de redomonas
No chapadão do rodeio

Que eu sinta o cheiro da terra
Molhada da chuva em manga
Sinta o cheiro da pitanga
No barracão do pesqueiro
E o canto do joão-barreiro
Trazendo barro da sanga

Vou me juntar lá no céu
Onde só Deus bate asa
Não quero dar oh! de casa
Que a porta grande se tranque
Que me espere no palanque
Churrasco gordo na brasa

Vou viver na Estância Grande
Deste Patrão Soberano
Levar comigo o minuano
Pro rancho de algum posteiro
E pedir pra ficar lindeiro
Com o imortal Aureliano

Mas se lá não tiver carreira
Nem marcação campo a fora
Nem índio arrastando espora
Num jogo-de-osso em domingo
Eu quebro o cacho do pingo
E juro que venho embora

Visita ao Cemitério Católico do Rio Grande - Disciplina de introdução à fotografia 2013 / 14 - Larissa Ventura


A imagem traz consigo uma flor e se debruça sobre o túmulo com expressão de tristeza. A Alegoria da Saudade traz consigo uma flor, a pureza da alma humana, a beleza e a precocidade.






A deusa grega Mnemósine escreve o nome da família em seu túmulo, cercada de guirlandas, cabeças e patas de leões.

Artista: H. Pohlmann.